RECINTOS DO BLOG

sexta-feira, 28 de maio de 2010

JOSUÉ: CHEFE DE CASA E LÍDER DA NAÇÃO.


Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Essas palavras nós as encontramos no livro de Josué, mais precisamente em 24.15. Era um momento crucial na história do povo de Israel. Eles já haviam entrado na Terra Prometida e a estavam conquistando com duras lutas e guerras. Josué sabia muito bem que o sucesso de sua liderança e do assentamento do povo de Israel naquelas terras não dependia apenas de uma boa administração e de uma boa organização, mas também de um relacionamento sadio com o Deus que os havia livrado do cativeiro egípcio e os levado até aquele lugar.
Josué nos ensina que um líder é aquele que, antes de mais nada, vai à frente dos seus liderados. Ele disse...eu e minha casa. Não disse...minha casa e eu. Deus confiou, como bem sabemos, o privilégio e a honra da liderança da casa, da família e do lar, ao homem. Uma das razões da tragédia em que se encontra a humanidade hoje é que os homens têm se furtado a ocupar o seu lugar como líderes. É o homem que deve governar o lar, porque o homem é o cabeça da mulher assim como Cristo é o cabeça da Igreja (Ef. 5.23). Veja que privilégio, honra, mas enorme responsabilidade tem o homem em seus ombros. Isso implica em que Deus vai cobrar do homem os resultados positivos que se espera da família.

Nessas palavras de Josué aprendemos, também, que nenhum empreendimento pode ser considerado um sucesso, se a família não se submeter ao senhorio de Deus. Eu e minha casa serviremos ao Senhor implica em que o próprio Josué sabia que Deus estava no comando de sua família. Josué é mesmo um dos personagens mais notáveis na história de Israel. Ele foi general de Moisés e agiu sempre com competência. Ele, com Calebe, foram os dois únicos espias que, contrariando os outros dez, afirmou que confiava em Deus, o suficiente, para entrar e conquistar a Terra Prometida. Se a família é a base, o berço da sociedade, é nela que Deus deve ser servido, cultuado e adorado, em cada decisão, nos relacionamentos com primazia.

Josué foi um general, um homem de guerra, mas nele vemos as marcas de um homem verdadeiramente crente. Na primeira referência ao seu nome vamos encontrá-lo sendo comissionado por Moisés para lutar contra os Amalequitas (Êxodo 17.8-10). E ele atendeu o chamado, aceitou a tarefa e todas as demais que lhe foram confiadas. Um bom líder é, antes de mais nada, alguém que sabe se colocar sob o comando e ordens de outro líder. Quem age insubordinadamente, rebeldemente com respeito aos seus líderes, desqualifica-se para a liderança. Filhos desrespeitosos com respeito aos seus pais, certamente não serão bons maridos ou boas esposas. Josué pode dizer com autoridade: Eu e minha casa serviremos ao Senhor. Crieo que todos de sua família concordaram com isso, porque ele já havia angariado para si o respeito de cada membro do seu clã.

Uma família cristã liderada por homens da estirpe de Josué é uma benção para a Igreja e para o mundo. Os homens cristãos devem estar cientes de suas prerrogativas e não fugir de suas obrigações. Esposas cristãs devem estar atentas para não usurpar esse lugar de liderança evitando assim o caos que irá afetar, principalmente os filhos. Filhos devem estar atentos para a grande responsabilidade que pesa sobre os ombros do chefe de família e devem estar lembrados que a obediência, o respeito e a consideração a eles, são fatores determinantes para que eles mesmos venham ser bons líderes quando constituírem família.

Que Deus abençoe as famílias da IPBMC.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O PÃO, SIMPLESMENTE, O PÃO. (Gênesis 3.19)



“Se você quer pão amanhã, trabalhe hoje”
Rev. Mauro Sergio Aiello

Quando eu era adolescente costumava visitar meu tio Alfredo Domingues, um português de Trás Os Montes que gostava de fazer suculentas sopas. Nos assentávamos em torno de sua mesa, lá no bairro de Vila Industrial e ouvíamos longas histórias sobre ele e sua infância, acompanhados de um prato de sopa bem quente. Havia algo que todos nós gostávamos de fazer nessa hora; molhar o pão na sopa e comê-lo. Por isso, sempre, invariavelmente nessa hora, o pão fazia parte da refeição com história.

Sobre pão eu me recordo, ainda, de um curioso e bem humorado episódio ocorrido comigo em Julho de 1999 na cidade de Recife. Estávamos lá para participar da Reunião Extraordinária do Supremo Concílio da IPB. Chegamos no sábado e, como estava previsto no pacote da empresa de turismo, que cuidou de nossa viagem e estadia fomos conhecer Olinda. Andando pelas ruas daquela linda localidade, encontrei no chão uma fruta bonita. Segurando-a nas mãos, perguntei ao cicerone o que era aquilo. Ele me informou que se tratava da Fruta Pão, muito consumida na dieta dos nordestinos. Cozida, com uma fina camada de manteiga é uma delícia, o que comprovei no desjejum do dia seguinte. Fiquei com a tal da Fruta Pão em minhas mãos e continuamos nossa jornada. De repente estávamos debaixo de uma enorme árvore e o cicerone virou-se para mim e disse:

- Essa é a árvore da Fruta Pão.

Foi então que alguém do grupo nos disse, rindo pra valer.

– E o nome dessa árvore é Padaria.

O pão faz parte da dieta alimentar de quase todos os povos. Nós italianos não dispensamos de forma nenhuma o pão. Pão com queijo e vinho, é refeição básica na dieta alimentar do europeu. Vamos encontrar o pão em quase todas as mesas e culturas. A Bíblia se refere de uma forma notável ao pão. A palavra pão aparece na Bíblia aproximadamente 341 vezes. Destacamos nessa questão que, na cultura judaica havia o Pão da Proposição, que quer dizer: “pão da presença”. Tratava-se de uma massa sem fermento colocada sobre a mesa de acácia (Êxodo 25.23-30), coberta de ouro puro. A Mesa da Proposição era colocada diante de Deus no santuário do Tabernáculo, juntamente com o Candelabro de Ouro e o Altar do Incenso. No sábado, doze pães, que, possivelmente, representavam as doze tribos de Israel, eram colocados sobre a mesa em dois grupos de seis. O Pão da Proposição era o símbolo da rica abundância da graça de Deus e sua providência no sustento da nação durante a jornada do Egito à Terra Prometida.

Não é maravilhoso saber que Jesus nasceu na cidade de Belém? Sim, Belém! Belém quer dizer A Casa do Pão, pois o nome dessa cidade da Judéia é a junção de dois termos hebraicos, a saber: Bete (Casa) e Lehem (Pão). Jesus nasceu na Casa do Pão e ele mesmo disse de si:

“Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo.” (João 6:31-33)

Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu.” (João 6:41)

Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não pereça. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne.” (João 6:50-51)

Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente.” (João 6:58)

Na Oração do Pai Nosso, Jesus instrui que, nessa relação Tu-Nós, devemos ser humildes para reconhecer que o Pão que temos sobre a mesa, é fruto da providência e graça de Deus. Jesus disse que deveríamos nos lembrar de pedir o pão de cada dia. Com isso estamos reconhecendo que é Ele quem supre nossas mesas, quem abastece nossos celeiros, que é Senhor do campo onde nasce o trigo, do tempo que faz a chuva cair e o sol brilhar, que dá força para o trabalho e que transforma suor em pão. É extraordinário notar aquilo que disse o salmista ao declarar: “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Salmo 37.25).

Recordo-me, agora, a experiência ocorrida em um dos orfanatos do Pastor George Miller. Conta-se que certo dia as crianças estavam todas sentadas à mesa, prontas para o café da manhã. Entretanto, não havia nem leite e nem pão. O silencio foi interrompido pela oração de súplica pedindo que o Deus misericordioso os socorresse. Após um breve momento a campainha tocou e ao abrirem a porta encontraram um homem que disse: - Sou entregador de leite e pão de uma padaria. Estava a caminho de um cliente e o carro quebrou. Resolvi então doá-los a este orfanato para que os mesmos não estraguem.

Pode ser que sua mesa não seja a mesa daquela mansão, cujo desjejum é riquíssimo, mas é o pão suficiente e necessário para matar sua fome, alimentá-lo e fortalecê-lo para mais uma jornada de trabalho. Assim, pedimos o pão e nunca devemos nos esquecer de agradecer, reconhecendo que o mesmo vem do Pai. Nada mais alimenta, nada mais fortalece, do que o Pão, Simplesmente o Pão, que Deus nos dá.

domingo, 23 de maio de 2010

REFLEXÕES SOBRE O TEMPO (Eclesiastes 3.1-11)




“Matar o tempo não é um homicídio; é um suicídio”Paul E. Holdcraft

“Não tenho tempo” - é uma expressão usada com enorme facilidade hoje em dia. Mas será que isso é verdade? Será que não temos mesmo tempo? Eu concordo com a denúncia de que temos vivido dias corridos e extremamente agitados. Esses nossos dias são de enorme competitividade e individualidade. “Tu no teu cantinho e eu no meu” é quase que uma máxima universal hoje. “Cada um com seus problemas” ou “você pra mim é problema seu” como li, num dia desses em um pára-choque de caminhão, é uma evasiva de quem quer ficar na sua sem se importar com o outro em suas carências. Mas será, mesmo, que não temos tempo?

Ouvi certa vez, uma expressão com a qual não concordei de imediato, mesmo porque quem a disse era meu opositor na discussão. Disse-me ele que “tempo é uma questão de prioridade”. Como disse, de imediato não concordei, por "marrudez", mas depois, raciocinando menos passionalmente, vi que estava equivocado e que o outro estava cheio de razão: tempo é mesmo uma questão de prioridade. Resta-nos definir, nesse nosso jeito agitado e corrido de viver, quais são as nossas prioridades.

Se minha prioridade é namorar, então eu vou arrumar e tirar tempo de onde não há onde tirar tempo, para me dedicar à minha amada. Interessante é que nunca ouvi ninguém dizer que não tem tempo para namorar. Por outro lado já ouvi muitas vezes pessoas lamentando, dizer: “não tenho tempo de ler a Bíblia, de orar”.

Para a televisão sempre temos tempo. Por que? Ora, porque priorizamos aqueles momentos de ócio no qual nos deixamos hipnotizar pela telinha. Temos tempo para a Internet (e nesse particular não vemos nem o tempo passar). Sempre temos tempo para o esporte e qualquer outro lazer. Por que as coisas são assim? Ora, porque tempo é uma questão de prioridade!. Quando considero alguma coisa como prioritária, então eu ajeito daqui, arrumo dali, só para achar tempo para me dedicar a este algo.

O que mais me atrai na dialética "salomônica", (Eclesiastes 3.1-11) quanto a essa questão do tempo, é que ali ele declara que há tempo para tudo na vida. Neste mesmo livro, capítulo 11 Salomão diz que a mocidade é um tempo de alegria e de felicidade, mas de pronto, no primeiro versículo do capítulo 12, declara que Deus não pode ficar fora de tudo isso. “Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias, e cheguem os anos nos quais dirás: não tenho neles prazer”. Eclesiastes 12.1.

Tive que me curvar diante das evidências e aceitar que tempo é uma questão de prioridade. Tive que aprender, e confesso que ainda estou aprendendo, a administrar meu tempo de tal forma que Deus não fique com o que sobra, com o resto, com o tempo dividido com o sono e espremido entre outras atividades. Aprendi, também, e muito importante, que o tempo não volta mais; ele é implacável. Ninguém faz o tempo voltar, voltando os ponteiros do relógio. Por isso, temos que fazer tudo no tempo certo, apropriado, porque se o fizermos em outra ocasião estaremos roubando o tempo que seria para uma outra atividade, uma outra realização.

Tempo é coisa que sempre temos, o que não sabemos é como administrá-lo de tal forma que possamos tirar proveito, gozar alegremente cada atividade que desenvolvemos. Salomão diz que há tempo para nascer e tempo para morrer. Isso nós bem sabemos, o que não sabemos é o que fazer com o tempo que há entre o nascimento e a morte. Na verdade eu estou convencido de que quando alguém diz que não tem tempo para isso ou para aquilo é sinal claro de que tal pessoa administra muito mal o seu tempo.

A luta contra o tempo é inglória. A cirurgia plástica mascara as rugas da pele, mas não do coração e da alma. Temos que ser aliados do tempo, tê-lo ao nosso lado, saber mais do que nunca buscar o reino de Deus e sua justiça para que as demais coisas almejadas venham no tempo que Deus quiser.

A FAMÍLIA PERFEITA.



Não existe família perfeita. O que existe são famílias que se esmeram em busca da harmonia, da boa convivência. E temos que admitir que uma família harmoniosa, ajustada, equilibrada é um céu na terra. Depois de uma jornada de trabalho é bom saber que temos um lugar onde podemos descansar e encontrar paz.

Eu proponho quatro palavras que começam com a letra “P”, a mesma de perfeição, que muito podem nos ajudar nessa tarefa de fazer do lar, da família, um lugar abençoado, abençoador. São elas:

Planejamento: Sem planejar, vivemos a triste experiência de ter que improvisar e nem sempre o improvisado é o melhor que podemos fazer. Planejar a agenda da família, planejar as finanças. “Quem sai sem saber para onde ir, já está perdido mesmo antes de sair”. Ainda está em tempo de sentar e planejar o segundo semestre de 2010.

No planejamento compartilhamos nossos sonhos, nossos ideais. É notável observar que a maioria dos casais se conhece bem pouco mesmo estando vivendo há muitos anos juntos. Compartilhe sua agenda, suas obrigações, suas responsabilidades, seus sonhos, e juntos será mais fácil obter sucesso nas empreitadas.

Participação: Para que os projetos pré-postos sejam plenos de êxito é preciso que todos se envolvam, que cada um faça a sua parte e se houver necessidade é de bom tom que sejamos solidários nas tarefas dos outros. Edgard W. Howe disse: “Planeje seu trabalho! Trabalhe no seu plano”.

Quando compartilhamos nossos sonhos e projetos, e planejamos juntos, iniciamos um processo cooperativo pró-ativo. A participação de todos será uma vitória de todos e quando o insucesso acontece, não há culpados isolados, porque a responsabilidade é de todos.

Perseverança: O êxito exige de nós perseverança. Charles H. Spurgeon disse em tom de bom humor, é claro: “Foi pela perseverança que o caracol atingiu a arca”. No planejamento podemos antever obstáculos que podem ser contornados, ou mesmo superados. Na participação de todos, de forma perseverante, não haverá tarefa sem ser realizada.

Piedade: Piedade vem de pio, santo, puro. O lar para ser harmonioso precisa de piedade, de pureza, precisa de Deus. Assim no planejamento, a primeira pessoa a ser considerada é o próprio Deus. James D. Burns disse: “A piedade é o conhecimento de Deus na mente; a graça de Deus na alma; o amor de Deus no coração; a obediência de Deus na vida”.

Sem Deus em casa, não haverá Deus em mais nada. Deus tem que ser adorado, servido e obedecido na convivência dos cônjuges, e estes no seu relacionamento com seus filhos. Sem altar em casa, não haverá altar em lugar nenhum. O lar, a casa da gente, essa micro-sociedade chamada família nuclear, é o lugar onde treinamos e aprendemos os princípios mais elementares que irão nos equipar para vivermos de forma harmoniosa na macro-sociedade. Honoré R. Mirabeau disse: “Os sentimentos e costumes que são a base da felicidade pública formam-se no lar doméstico”.

A família que busca a perfeição precisa de planejamento, participação¸ perseverança e piedade. E o bom é que nunca é tarde para começar.

sábado, 22 de maio de 2010

O FRUTO DO ESPÍRITO (Gálatas 5.22-26)


“Produzir o Fruto do Espírito Santo é a tarefa de uma vida toda. Podemos nunca concluí-la, mas isso não nos isenta de tentar”. Rev. Mauro Sergio Aiello

Todos nós sabemos que a carta aos Gálatas foi motivada por pressões que os crentes gentios sofriam da parte dos crentes judeus, ou melhor, daqueles judeus que se converteram do judaísmo ao cristianismo. Alguns comparam a carta de Paulo aos Gálatas com uma espada flamejante empunhada pelas mãos de um grande espadachim.

Paulo a escreveu para responder a um ataque contra ele e contra o evangelho (Gálatas 1.1-2 e 1.6-9).

Se esse ataque tivesse tido êxito, o cristianismo seria mais uma seita dentro do judaísmo, coisa de judeu para judeu, dependente da circuncisão e da observância da lei, ao invés de algo da graça de Deus.

Em grande parte desta epístola Paulo mostra que:

1º. A lei só aviltou o pecado e deu mostras claras que o pecador precisava de um redentor (Gálatas 3.24).

Este redentor foi Jesus que cumpriu toda a lei por nós.

2º. Agora a lei tem uma ação pedagógica e didática em nossas vidas, ou seja, ela é útil em nosso processo de santificação (Gálatas 5.13-26). Devemos observá-la não com o temor do judeu, mas com a alegria do cristão em atitude de profundo sentimento de gratidão e desejo sincero de agradar ao seu Deus que em Cristo o salvou.

Na passagem de Gálatas 5.22-26, Paulo mostra que a religião cristã é como uma estreita ponte que passa sobre dois rios contaminados, ou seja, um dos rios é o rio do legalismo judaico e o outro é o rio da libertinagem pagã.

O crente não deve perder o equilíbrio para não cair nem em um nem no outro. Deve seguir o seu caminho seguro, apesar de estreito.

Tendo já discursado sobre o legalismo judaico, agora Paulo se dirige aos gentios, pois as Igrejas da Galácia eram repletas de crentes gentios. Aqui ele passa a mostrar que:

a) Não há mais necessidade de nos submetermos ao jugo pesado da lei (Mateus 11.28-30).

b) Que a salvação depende apenas de crermos na vida e obra de Cristo Jesus. A salvação é pela fé no Filho de Deus.

c) Demonstramos que temos essa fé, e que, portanto somos salvos quando abandonamos a vida de paixões mundanas, com os ritos e vícios tão bem aceitos entre os gentios pagãos daqueles dias. Por isso, Paulo fala das obras da carne e as condena, declarando que agora, convertidos, os cristãos devem produzir o Fruto do Espírito Santo.

O Fruto do Espírito Santo deve ser produzido em toda sua plenitude, se o cristão quiser ter vida abundante. Esse Fruto do Espírito e descrito por Paulo como possuindo aqui, pelo menos, nove componentes, a saber:

1. Amor
2. Alegria
3. Paz
4. Longanimidade
5. Benignidade
6. Bondade
7. Fidelidade
8. Mansidão
9. Domínio Próprio

Eu gosto muito de maça. Essa fruta é muito rica em vitaminas, serve de adstringente, auxilia na assepsia bucal, possui enzimas que ajudam na desinflamação das cordas vocais, tem efeito calmante. Comer uma maça antes de repousar, é muito bom para quem quer ter um sono tranqüilo. A maça é composta de casca, possui a massa, semente, líquido, vitaminas, e muito mais ingredientes. Este é o fruto que chamamos maça.

O Fruto do Espírito, como é descrito por Paulo neste trecho das Escrituras Sagradas, é assim também; é composto de nove partes, a saber: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.

Se você tirar algum dos elementos que compõem a maça, ela deixa de ser maça. O mesmo ocorre com o Fruto do Espírito Santo. Cada cristão deve buscar em oração, possuir cada um destes componentes do Fruto do Espírito Santo para poder ser abençoado e gozar da verdadeira vida abundante que Cristo veio nos trazer (João 10.10). Paulo fala sobre este Fruto do Espírito Santo, mas é importante que saibamos muito bem o que ele tinha em mente ao falar a esse respeito.


A ausência de qualquer um dos elementos que constituem o Fruto do Espírito Santo descaracteriza-o, inviabiliza-o.

Veja você a grande tarefa que temos diante de nós, ou seja, possuir potencialmente o Fruto do Espírito Santo.

É sobre isso que devemos orar constante e insistentemente. Se produzirmos esse Fruto do Espírito, certamente iremos nos parecer cada vez mais e mais com Jesus Cristo, o Filho de Deus.

APLICAÇÃO:

O que devemos fazer diante do que foi exposto? Quero sugerir o seguinte:

1. Paremos e façamos uma análise profunda e sincera sobre nossa realidade, sobre nossa vida. Busquemos, sem paixão, descobrir em nós se possuímos esses elementos que compõem o Fruto do Espírito Santo.

2. Ao detectarmos a ausência de algum, ou alguns desses componentes do Fruto do Espírito Santo (isso é mesmo possível), confessemos a Deus. Busquemos a Deus em oração clamando por perdão.

3. Oremos a Deus (se for preciso, jejue) pedindo-lhe que o seu Santo Espírito produza esse elemento que falta. A vida cristã é uma constante busca das virtudes de Cristo em nossas vidas. Não podemos cruzar os braços simplesmente porque a tarefa é difícil. O quanto mais possuímos desses elementos que compõem o Fruto do Espírito Santo, mas abençoados e abençoadores somos.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

PRECISAMOS DE UMA NOVA REFORMA.


Cristãos! Precisamos de uma Reforma. Uma parcela do cristianismo dos dias de hoje comete muitos dos equívocos daqueles dos dias do reformador Lutero. Não temos papa, mas há uma parcela de apóstolos que cresce e, como o papa, enriquecem. Sabe-se lá o que vem pela frente. Pregam: sem oferta não tem bênção (cura, prosperidade patrimonial etc).

A comercialização da fé e das bênçãos é idêntica à venda das indulgências. Deus não precisa de nossa oferta para abençoar. Com Deus não fazemos negócio. O paralítico na Porta Formosa do templo, tudo pedia e nada tinha, mas foi curado. Não estou dizendo que não devemos ofertar ou dizimar. Na verdade, ofertar e dizimar já são bênçãos.

Temos a Bíblia, mas e daí? Poucos a leem como deveriam. Como naqueles dias da Reforma. Aliás, não liam a Bíblia porque não havia Bíblias disponíveis. A atitude mais urgente tomada por Lutero foi traduzir a Bíblia para o alemão e assim, ajudar a colocá-la nas mãos do povo. Mas, apesar de termos hoje, Bíblias aos montões, em todas as versões e até modalidades (Biblia de Genebra, Bíblia Comentada de Ryrie, Bíblia da Mulher, Bíblia Plenitude, etc....) o povo se nega a lê-la e meditar nela. E se comete o mesmo erro dos dias da Reforma de Lutero, ou seja, o que os tais papas falam têm o mesmo valor da Bíblia, ou até mais valor. É “profetada” sem conta e novas revelações (as encíclicas apostolares). Cegos, guiando cegos.

O exorcismo e o enfoque nas curas e milagres reduzem o cristianismo. O culto que a Igreja deve prestar é a Deus e não ao diabo. Eu creio em milagres, mas milagres não produzem fé. Se eu creio em milagres eu não preciso de milagres para crer. Se assim fosse, o povo de Israel teria chegado à Terra Prometida em duas semanas, já que foi testemunha de milagres nas dez pragas que assolaram aquele país escravagista, além de ver tantos outros em sua caminhada pelo deserto. Eu também não preciso ver para crer, porque a fé que precisa ser vista, não é fé. Lembre-se de Tomé, prezado leitor! Não queres também ouvir o mesmo do mestre, não é verdade?

Eu não vou à Igreja porque Deus precisa de mim. Se eu vou à Igreja é porque sinto em minha alma e coração a necessidade de adorá-Lo, não pelo que Ele fará, mas por aquilo que Ele já fez.

Bem, o espaço aqui é pequeno e a necessidade de reforma é grande. Não me critique por tentar ajudar. Talvez essa seja minha parcela de contribuição.

IRA INCONTROLADA



Ira incontrolada é um ato falho. Nem sempre estamos errados em nossas considerações, mas é mais comum cometermos ato falho ao expô-las. O quanto eu lamento ao ver que falhei ao tentar expor minhas idéias e considerações simplesmente porque o fiz da forma errada. Veja, não é o conteúdo que se torna desprezível, mas a forma utilizada é que pode comprometer. É horrível conviver com pessoas que estão sempre armadas até os dentes. É como pisar em ovos ter que se relacionar com pessoas irascíveis. A ira repetida, e não controlada, quase sempre desemboca em atitudes pouco recomendáveis.

Jesus mostra, no Sermão do Monte, que a mansidão deve ser o antídoto eficaz para combater a ira incontrolada. Eu fiquei, então, imaginando como é que a mansidão se aloja dentro de nós de tal maneira que possamos evitar cometer atos falhos como o da ira incontrolada. Descobri, em oração e na leitura das Escrituras, que a mansidão só é possível no coração onde mora a humildade. O hóspede da mansidão é o coração verdadeiramente humilde. Pessoas orgulhosas, arrogantes, são impacientes, intolerantes e vítimas da ira, que se não for contida poderá acarretar danos sem conta.

Pedro diz com sobriedade singular: “Rogo igualmente aos jovens, sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns para com os outros, cingi-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. (1 Pedro 5.5-7)
A ira incontrolada é um ato falho, não apenas quando deixamos que ela nos domine e determine nossas palavras e atitudes, mas é um erro grave porque não produz a justiça de Deus, Tiago escreveu:: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus”. (Tiago 1.19,20)

Amados, não estou afirmando aqui que não devemos nos insurgir contra as injustiças. Em absoluto! Não estou advogando em prol da indiferença. Tem se tornado cada vez mais comum, entre nós, a expressão: “Para que o mal vença, basta que os bons se calem e não façam nada”. Repito: não estou dizendo que devemos cruzar nossos braços, cerrar nossos lábios diante do mal e da injustiça. O que estou procurando firmar aqui é o princípio de que devemos ser prudentes no tratamento dos conflitos que nascem por conta do estreitamento do relacionamento fraterno que temos. Estou procurando mostrar que nossa forma de agir deve passar pela compreensão do quão frágeis somos, do quão limitados somos. Um auto-conceito exageradamente positivo não só é demonstração de fé pequena, como é, também, a inequívoca manifestação do orgulho que precede sempre a queda.

Tendo feito um inventário de minha vida, das decisões que tenho tomado, conclui que tenho falhado nessa questão. E descobri que já é tempo de parar com essa desculpa de que é uma questão genética, porque quando Deus faz sua obra ele a faz completa. Também de nada adianta ficarmos dizendo que somos sinceros para poder falar o que queremos e justificar atitudes pouco cristãs.

Deus me ensina em sua palavra que mansidão e domínio próprio são componentes do fruto do Espírito Santo e que se eu quiser produzir o bom fruto que Deus espera de mim, devo também evitar a ira incontrolada. Conclui que se a ira não me pode fazer ser melhor cristão, devo contê-la.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

SALMO 23 - A OFICINA DA ALMA




É interessante notar que se por um lado a tecnologia tem progredido e oferecido ao mundo contemporâneo muito mais conforto físico, por outro lado o mundo anda mais desesperançado, mais enfermo do ponto de vista da alma. Podemos até dizer que encontramos cura para muitos males físicos por meio dos avanços científicos e tecnológicos, mas estamos mais doentes psicológica e psiquiatricamente falando. Não tenho dados para poder expor aqui, mas pelo que tenho visto e ouvido, a cada dia que passa aumenta o número de pessoas que procuram os serviços de Psicólogos e Psiquiatras por causa de seus problemas.

São pessoas deprimidas, inseguras, e um número enorme de outros problemas. Creio sinceramente que essas ciências podem contribuir com a melhora do quadro deste ou daquele paciente. Entendo que estas ciências já têm dado sua parcela indiscutível de contribuição no tratamento de problemas que acometem a alma humana. Mas, por outro lado, também creio que há determinadas doenças mentais que são mais espirituais do que qualquer outra coisa. Entendo também que há psicólogos e Psiquiatras que não podem tratar problemas que se relacionam com a fé em Deus, a não ser que sejam profissionais de confissão cristã. Mas se o forem, mesmo assim eles podem encontrar dificuldades se alguns de seus pacientes não nutrirem a mesma fé.

Também sou daqueles que entendem que muitos dos problemas de depressão, estresse, insônia, alguns tipos de dores de cabeça, e outras patologias têm como origem, a falta de fé em um Deus Providente. Muitas enfermidades na alma humana têm origem em um coração que se recusa a crer e lançar sua vida nas mãos de Deus. Gosto muito do hino que diz: “Nas mãos de Deus eu vou sereno e clamo. Nas mãos de Deus eu gozo plena paz. Vou sossegado até o fim, bem sei Deus cuidará de mim. Seguro estou, nas Suas mãos”. Além de ter uma bela melodia, a letra é como um bálsamo. Cantar essa música como uma oração, é algo que faz bem ao coração.

No Salmo 23, o Salmo do Pastor, vemos que o Salmista mostra uma confiança inabalável em Deus. Neste Salmo há lições sobre fé, confiança em um Deus todo Providente e que realmente cuida de cada um daqueles que lhe pertencem, daqueles que fazem parte do seu rebanho. Quem o escreveu foi o Rei Davi, e é muito importante que nos lembremos que antes de se tornar Rei de Israel, Davi foi pastor de ovelhas. É dessa experiência do seu cotidiano como pastor de ovelhas, que Davi tira lições que, se bem compreendidas pela mente e plenamente aceitas pelo coração, surtem efeitos extremamente benéficos para a alma humana tratando de muitas de suas enfermidades.

Davi começa com uma expressão maravilhosa. Ele diz: “O Senhor (Jeová, o Deus do Pacto), é o meu pastor; nada me faltará”. Você pode perceber o quão lindo é isso? É um pastor de ovelhas dizendo isso.

“A primeira observação a respeito desta expressão é a de que o Salmista não discute se há ou não um Deus. Ele sabe, em seu coração que Deus existe. Para ele, essa questão está fora de discussão. Aliás, é assim, com essa fé imorredoura que o Salmista e Salmistas, começam a maioria dos Salmos.

A segunda observação é de que o salmista sabe que esse Deus é o seu pastor, e por isso ele afirma confiante e seguramente: “nada me faltará”. Isso não quer dizer que tudo que a ovelha quer, o Pastor dá, mas sim que tudo o que é necessário, o Pastor providencia.

Não sabemos ao certo quando Davi escreveu este Salmo, mas, olhando para a biografia do salmista podemos concluir que isso foi verdade na vida dele. Foi Deus que lhe deu coragem suficiente para lutar contra o gigante Golias e derrotá-lo de uma forma extraordinária. Davi foi implacavelmente perseguido pelo rei Saul, mas Deus o protegeu de todas as tentativas contra a sua vida. Lutou em muitas batalhas contra os filisteus, incansáveis inimigos dos israelitas, mas Deus lhe deu vitórias, sempre. No momento mais doloroso de sua vida, já como rei, quando pecou de forma fragorosa e vergonhosa, Deus foi misericordioso com ele.

Talvez você que nos lê esteja enfrentando batalhas contra os diversos Golias que te rodeiam tentando te destruir. Nesta hora você se sente pequeno tanto quanto pequeno era Davi. Mas saiba que se você pertence a Deus, se é ovelha do seu rebanho, certamente, é mais que vencedor (Romanos 8.37).

Lembre-se aquilo que o Salmista diz: “Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará. Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia”. (Salmos 37:1-60)

Se Deus é o pastor e nós ovelhas do seu pastoreio, por que andamos sobressaltados, ansiosos, desconfiados, inseguros, deprimidos a respeito do futuro? Nenhuma dessas atitudes mentais podem nos ajudar em circunstâncias de conflito ou de desafio. Murmurar, trovejar, praguejar, derramar lágrimas de inconformismo, são atitudes que agravam essas situações. É preciso crer que há um Deus que nos pastoreia e que esse pastoreio supre nossas necessidades as mais básicas. É bom poder dizer: “O Deus Eterno me pastoreia, nada do que preciso, há de me faltar”.