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domingo, 13 de março de 2011

O MERCADO ESTÁ VAZIO......

Há uma famosa versão de um cântico americano de cunho escatológico que começa com essa expressão... "o mercado está vazio".

Mas para alguns pregadores da “teoria da prosperidade” o mercado está cheio:

Cheio de criatividade para arrancar dinheiro dos incautos, dos menos avisados, dos mais desesperados, daqueles que travestidos de pessoas simples se deixam possuir por um desejo incontrolável de se tornarem ricos e abastados e por isso agem como loucos à semelhança daqueles que fazem sua “fézinha” nas loterias da vida que são tantas nesse país que fazem do Brasil um grande cassino a céu aberto.

O mercado está cheio de “caras de pau” que usam o espaço na mídia para arrancar, despudoradamente, a prata e o ouro dos tolos e com isso se manter no ar formando um círculo vicioso (já que esses recursos servem apenas para manterem sua visibilidade na mídia multiforme) onde em momento nenhum a Glória de Deus e a Honra do Seu nome são prioridades. Os mercadores, nesse mercado, vivem se defendendo dos ataques que lhe assacam aqueles que não suportam mais tamanha vileza oculta por trás do manto de uma pseudo- espiritualidade. Eles se postam de perseguidos e de vítimas. São mesmo enormes caras de pau.

O mercado está cheio de gente que encontrou o caminho da visibilidade e trabalha com os números de uma forma muito mais eficiente e criativa do que muitos economistas de renome. Veja o caso do tal do “Dr”. Mike Murdoch que aparece no programa do “Pastor” Malafaia com o discurso de que o Senhor teria uma benção especial para doze pessoas que iriam ligar e se comprometer a ofertar R$1.000,00 cada uma. Veja a “criatividade”. Doze é o número dos apóstolos, das tribos de Israel. Mas, sinceramente, duvido que só doze pessoas tenham ligado. Não são poucos os que acreditam em tais bobagens ditas e vistas na telinha. Ou você acredita que os responsáveis por arrecadar esse dinheiro irão desligar o telefone e deixar um recado dizendo ao 13º, e daí por diante, que ligaram tarde demais e não fazem parte dos 12 abençoados?

A cada dia que passa o mercado enche! Enche de líderes que não mostram arrependimento quando são pegos em suas maracutaias como aqueles casal que foi condenado por entrar ilegalmente com dólares nos Estados Unidos da América. Condenados pela justiça norte-americana, depois de terem cumprido sua pena e voltado ao Brasil, aparecem diante do Presidente da República Brasileira, Luiz Inácio “Lula” da Silva, com a maior desfaçatez oferecendo-se como representantes dos “evangélicos do Brasil”. Quero deixar registrado aqui que esse casal não me representa e tão pouco representa a denominação na qual eu sirvo a Deus na condição de Pastor. Eles deveriam ter vergonha e dar explicações sobre o dinheiro não declarado e escondido dentro da Bíblia com o qual pretendiam entrar nos EUA. Creio que não fariam isso porque não seriam “loucos” a ponto de por a perder as benesses auferidas na condição que ocupam na denominação que fundaram e da qual são proprietários. E estes também se postaram de vítimas, de perseguidos.

O mercado está cheio de crendices e fetiches um dia tão condenados, tais como o copo com água (água benta evangélica), a prática de ir orar no monte (fazendo do cume do monte um lugar sagrado à semelhança dos macumbeiros que fazem seus despachos nas encruzilhadas, cachoeiras e proximidades de cemitérios), a rosa branca que atrai o mau olhado, a balinha ungida, as coreografias tão “criativas” como aquela de dar a volta em torno das muralhas de Jericó, o trízimo (ele não usou esse termo, mas disse isso) do tal “apóstolo” Valdomiro Santiago, trinta por cento representando a trindade, da promessa de caroços curados como fez o tal do R.R. Soares que faz dos seus “cultos”, verdadeiras aberrações às quais ele intitula o Show da Fé numa criatividade mercadológica sem o menor pudor e temor a Deus.

O mercado está cheio de apóstolos que nunca viram o Cristo Ressurreto e que, se não se arrependerem logo e partirem para a eternidade sem terem experimentado aquele novo nascimento de que Cristo falou a Nicodemos, apenas O verão quando receberem a justa condenação que seus atos e meio ilícito de vida e enriquecimento merecem receber.

Infelizmente o mercado está cheio. E a cada dia que passa ele cresce e a multidão de freqüentadores aumenta. Gente que crê em um Deus utilitário, um Deus negociante, de gente que vê a Igreja como um balcão de negócios, de barganhas. Os freqüentadores de tais mercados não estão interessados em buscar um Deus que lhes transforme a vida de tal maneira que eles se tornem sal da terra e luz do mundo. As pessoas que freqüentam esses mercados nunca ouvem dizer desses senhores do mercado, que o maior de todos os milagres é Deus trabalhando nossa vida de tal maneira que a cada dia que passa nos pareçamos mais com seu Filho Jesus Cristo, a quem Ele não poupou por amor a nós.

O mercado está cheio de engano e mentira, de ilusões e de tolos que buscam a prosperidade do presente século e por isso correm o risco de perder a eternidade com Deus, pois, agem à semelhança de Esaú que pensou mais no seu estômago do que nas bênçãos inefáveis advindas da primogenitura.

Não sou tolo a ponto de desprezar a prosperidade financeira. Deus sempre teve, em suas mãos, homens ricos e abastados, bem como usou gente simples, porque Ele usa a quem quer e da maneira que quer usar. Todavia é primordial que entendamos que todos os ricos a quem Deus usou, receberam a benção da prosperidade como fruto do trabalho honesto, e sinceramente, honestidade não parece ser a marca distintiva dos atuais pregadores da “teoria da prosperidade”.

De uma coisa eu sei que o mercado está vazio. O mercado está vazio da Graça, da Imensa, da Incomparável e Sublime Graça.
Nesse mercado a graça de Deus não pode entrar porque tudo nele custa alguma coisa. A oração “forte”, a “cura divina”, “os dons de Deus”, “a casa própria”, “o sucesso nos negócios”. Nesse mercado, que chamam indevidamente de Igreja de Cristo, essas coisas não têm nada a ver com a Graça, simplesmente porque a Graça é de graça e nesse mercado, tudo é vendido, tudo é comercializado, como disse alguém bem humoradamente ao referir-se a um dos maiores deste mercado: “Se Jesus é o caminho, o bispo Macedo é o pedágio”.

Eu prefiro ficar com o mais notável de todos os milagres que somente Deus pode fazer; agir com justiça fazendo com que o pecado seja punido em seu filho, manifestando assim, nEle, naquela cruenta cruz, a salvação, ao sermos perdoados, derramando sobre aquele que crê, pura e simplesmente, a sua Graça, inefável Graça, que nada custa, para nós, porque não poderíamos simplesmente pagar.

Foi Jesus, o Filho amado quem pagou e nos deu....de Graça.