RECINTOS DO BLOG

sábado, 5 de maio de 2012

MES DE MAIO
SÉRIE DE EXPOSIÇÕES BÍBLICAS SOBRE A FAMÍLIA EM TODO O MÊS DE MAIO
TEMA DO DIA 06.05.2012 - 19H00
"A MINHA CASA".

ESBOÇO DA PRIMEIRA AULA SOBRE A CONFISSÃO DE FÉ.

A CONFISSÃO DE FÉ

A Comissão de Educação da IPBMC, em sua última reunião acontecida dia 17, decidiu que, uma vez por mês teremos uma aula em classe única no departamento adulto (classes dos adolescentes, jovens, classe de casais e classe de adultos) tendo como assunto A Confissão de Fé de Westminster.

A Confissão de Fé de Westminster é a principal declaração doutrinária adotada oficialmente pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Ela foi um dos documentos aprovados pela Assembleia de Westminster (1643-1649), convocada pelo Parlamento inglês para elaborar novos padrões doutrinários, litúrgicos e administrativos para a Igreja da Inglaterra. (Dr. Alderi de Souza Matos)

MAS O QUE É A CONFISSÃO DE FÉ?

A Confissão de Fé nada mais é do que a enunciação daqueles pontos nos quais 
(1) apoiamos nossa fé em Deus, 
(2) nosso relacionamento com Ele, 
(3) nosso relacionamento com os outros seres humanos, 
(4) nossa missão como Igreja.

·       A Confissão de Fé não é superior a Bíblia Sagrada.

Ela está baseada na Bíblia Sagrada, mas o texto da Confissão de Fé não é considerado canônico apesar de ter profunda relevância, estar fundamentada na Bíblia Sagrada e também ser importante documento pedagógico para o cristão preocupado em viver de forma a agradar a Deus.

·  Por que grande parte do mundo cristão abandonou a Confissão de Fé ou a praticada  confessionalidade?

A Igreja Cristã tem cometido, ao longo do tempo de sua existência, alguns erros que são:

1)    Esperar que problemas de ordem doutrinária aconteçam para depois corrigi-los. (Colocar a tranca depois que o ladrão entrou pela primeira vez). A Confissão de Fé existe como terapia profilática, preventiva. Daí a relevância e importância do seu estudo.

A Igreja primitiva existia sob a liderança dos apóstolos. Por isso Lucas nos diz no livro de Atos dos Apóstolos que “aqueles cristãos da Igreja de Jerusalém, permaneciam na doutrina dos apóstolos”. (Atos 2.42) 

Um exemplo clássico encontramos quando a Igreja experimentou o problema com o sustento das viúvas dos helenistas (sejam esses helenistas quem forem, pois essa questão aqui se torna secundária diante da discriminação a que seram submetidas a suas viúvas). Os apóstolos foram consultados e a decisão que eles propuseram foi acatada. Portanto, a Igreja Primitiva não esteve órfã nessa questão. As palavras e orientações dos Apóstolos eram consideradas inspiradas e norteadoras para a vida da Igreja.

A Confissão de Fé é um texto, baseado nas Escrituras Sagradas, que nos ajuda a vivenciarmos nossa fé cristã individual e comunitária, (como Igreja), de forma que evitemos cometer erros que possam comprometer nossa santificação ou mesmo quebrar a unidade do Corpo de Cristo, a Igreja.

2) A Igreja Cristã sempre revelou certa tendência a departamentalizar nossa compreensão sobre Deus e sua ação na história. Por exemplo: Houve momentos na história do cristianismo em que o enfoque era a pessoa de Cristo. Assim aprofundou-se em assuntos na Cristologia. Houve momentos em que o enfoque foi o Espírito Santo e então se pendeu mais para estudar Pneumatologia. Houve momentos em que havia mais prazer em se estudar doutrina a respeito da Volta de Jesus e então se dedicou mais em assuntos Escatológicos. A questão toda não era que enfocavam esses assuntos, mas a falta de uma visão global a respeito desses departamentos na teologia. Não é correto estudar Cristologia sem ter uma visão ampla que considere a Pneumatologia, a Escatologia, a Eclesiologia ou a Doutrina de Deus, em absoluto. 

A Confissão de Fé é de certa forma, abrangente, porque trata de todos os assuntos importantes sem priorização deste em detrimento daquele.

3) O maior perigo hoje é a preguiça em se estudar a Bíblia de forma mais sistemática. Essa preguiça está disfarçada no comodismo que declara: “Não quero saber dessas coisas (doutrinas, teologia, confissão de fé). Meu negócio é pregar Jesus Cristo”.Ao se pensar assim jogamos fora todo o trabalho de homens ilustres que, com profundidade trataram dessa questão da confessionalidade. Cito aqui Agostinho, Calvino, Tomás de Aquino, etc...

Quando eu olho para o tipo de cristianismo esboçado hoje, no Brasil (já que posso falar só daqui), fico preocupado em ver o quanto se tem desprezado o estudo sistemático das Escrituras. Muitos que se dizem cristãos hoje, no Brasil, não passam de arremedos, de sombras. Eles não são cristãos de verdade porque desprezaram a Escritura Sagrada e nem estão apercebidos de que caminham a passos largos para uma eternidade sem Deus, com a Bíblia em suas mãos, orando e cantando sem consistência teológica.

Jesus viu isso em seus dias e disse aos saduceus dos seus dias: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus”. (Mateus 22.29). 

Há no Brasil um número incontável de líderes que leem a Bíblia para seus propósitos e objetivos, e fazendo assim desviam deixam de apontar o caminho para um relacionamento correto com Deus. São cegos guiando cegos.

Por isso precisamos, urgentemente, resgatar não apenas o gosto, mas principalmente, o zelo pelo estudo sistemático das Escrituras Sagradas e o texto da Confissão de Fé de Westminster é, sem sombra de dúvidas o melhor de todos. Muitos professores de Teologia Sistemática se baseiam na Confissão de Fé de Westminster.

Mas antes de entrarmos propriamente no estudo dos 33 pontos de nossa Confissão de Fé, é preciso que entendamos quais os fatores e circunstâncias históricas que fizeram com que essa Confissão de Fé fosse elaborada e escrita.

Isso veremos em nossa próxima aula.