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segunda-feira, 6 de junho de 2011

RUFINO – A HISTÓRIA

O lugar se chama Bom Jardim. Nome bonito, não? Ah! É um município do Estado do Rio de Janeiro bem próximo de Friburgo que é mais famoso. Hoje tem, segundo o censo de 2010, 24.474 habitantes. Não é muita gente. É um lugar bonito, Região serrana.

A Wikipédia fala  da colonização daquela região:

Os municípios da região tiveram a colonização influenciada por descendentes de alemães (Brust, Emerich, Erthal, Heckert, Klein, Miller, Schott, Hoelz), suíços (Ballonecker, Engert, Marchon, Bohrer, Marfurt, Berçot, Monnerat), Italianos, (Lattanzi, Capozi, Cariello, Guzzo, Pecci), franceses Bittencourt, portugueses Teixeira, Corrêa, Rocha, Silveira, Dias e libanesesTuffi, Abdalla.

Você viu? Balonecker. Sim, essa família de ascendência suiça veio para o Brasil se acomodou por aquelas lindas bandas e dentre os que nasceram no Brasil encontramos o querido Rufino Luiz Balonecker, filho de Constâncio Luiz Balonecker e Izabel A. S. Balonecker. Nasceu em 05 de Junho, mas foi registrado em 05 de Julho de 1916. Portanto, ontem, esse personagem da nossa história completou 95 anos de idade. Bastante tempo, vida longa, muitas manhãs e muitas noites, muitas esperanças que se tornaram realidades e outras que se foram sem nunca se concretizarem. Muitos sonhos, muita vida e consequentemente, muita lembrança e história a ser contada por filhos, filhas, noras, genros, netos e bisnetos, tataranetos.

Falando em filhos, esse nosso personagem se casou com Eugênia Palmira Moreira Balonecker com quem teve cinco filhos: Argentina (falecida), Daunilho, João, Theodomiro e Geraldino (falecido). Entretanto, aprouve a Deus chamá-la deixando o personagem de nossa história viúvo e tendo que criar quatro filhos homens.

Rufino, esse homem de Bom Jardim, contraiu núpcias com Ananizia Cesar Balonecker eem 17.11.1948 e juntos trouxeram ao mundo “as meninas”: Idérsia, Ilcélia, Genecy, Genely (falecida) e Ruth, a caçula.

   Esse homem nascido nas serras do Rio de Janeiro, foi convertido em 1950 e no dia 15.07.1951, foi batizado e feito “protestante”, “crente”, “evangélico”. Seu Batismo e Pública Profissão de Fé aconteceu no templo da Igreja Presbiteriana do Brasil em Barra Alegre. Rufino era um homem que cumpria suas obrigações. Sua palavra não precisava ser escrita. Todos sabiam que ele as honrava (Salmo 15). Por isso quando desempenhou a função de Secretário da Escola Dominical nos anos 1951/1952, eleito Diácono (1952) e em seguida eleito Presbítero exercendo o Presbiterato ali até 1963, ele o fez buscando ser excelente no cumprimento de suas atribuições. Assim sendo guindaram-lhe à honrosa condição de Obreiro indo trabalhar na Congregação do 4º Distrito de Barra Alegre. Premido pelas circunstâncias esse cidadão de Bom Jardim, mudou de Estado e passou a morar em Londrina, PR;  Nos próximos 06 anos (1963/1968) atuou na Igreja Presbiteriana de Vila Nova reabrindo os trabalhos da Congregação da Fazenda Betel.

Foi só no final da década de 60 que Rufino se mudou para Mogi das Cruzes. Por aqui chegando, filiou-se à Igreja Presbiteriana Independente. Ainda não havia IPB em Mogi das Cruzes. Foi Zelador da IPI em Mogi das Cruzes no período de 1968 a 1980 e exerceu o Presbiterato dessa Igreja do ano 1970 a 1980.

Em 1981, Rufino passou a frequentar a Igreja Presbiteriana de Mogi das Cruzes, cujo Pastor era o Rev. Osmar Serra. A IPBMC havia sido organizada em 1976. Ele é o membro de número 382, segundo consta dos registros. Foi recebido por Jurisdição Ex Offício. Não demorou muito e esse nosso cidadão de Bom Jardim, dedicado, consagrado, depois de atuar como Diácono, para o que foi eleito em 30.01.1983, é eleito Presbítero em 08.06.1986, exercendo o Presbiterato até 1991.

Destes meus quatro anos e meio de Pastorado por aqui, um dos maiores prazeres que tinha era visitá-lo. Impossível ficar pouco tempo. Impossível não ouvir histórias. Impossível será esquecer sua voz quando chamava a filha: - “Dércia” - e lá vinha a fiel escudeira e filha dedicada tentar traduzir suas histórias, às vezes anacrônicas por conta das peripécias que a idade prega a todos nós quando se trata de lembrar datas, fatos e personagens.

Na última vez que eu o visitei para Ministrar a Ceia a esse senhor de Bom Jardim, fotografei e gravei aproximadamente 50 minutos de sua fala, de seus contos e histórias. Vou guardar como um tesouro precioso e vou deixar guardado nos registros da História da IPBMC que deve se alegrar de ter tido em sua membrezia um homem cuja palavra zelou por ser cumprida. Ficamos tristes por vê-lo partir, mas essa tristeza se mistura à alegria em dizer que ele foi nosso companheiro nessa jornada que chamamos vida cristã.

Tenho tido o hábito de definir pessoas por palavras. Eu definiria Rufino com a palavra “RESPONSABILIDADE”. Uma vez ele me disse que depois que foi convertido, nunca deixou a Igreja e sempre procurou cumprir suas responsabilidades com dedicação. Isso é indiscutível. Creio que todos vimos isso. Se Rufino faltasse a qualquer atividade da Igreja, certamente havia motivo mais do que suficiente para isso. Em tudo, como pai (10 filhos), vó (16 netos), bisavó (18 bisnetos) e tataravô, (03 tataranetos), como trabalhador em funções muito simples, porém honradas, na condição de Diácono ou Presbítero, esse foi um homem que nos deixou um excelente exemplo de RESPONSABILIDADE.

Rufino é um livro de 95 páginas. Cada uma dessas páginas contém muita, muita história. Guardamos esse livro na Biblioteca das Nossas Lembranças. De vez en quando iremos abrir esse livro e nos lembrar do seu especial jeito de ver e viver a vida. Nos daremos conta que esse personagem de nossa história viveu sua lutas e foi “mais que vencedor”, “combatente valoroso e capaz que nos ensinou que a simplicidade é a mais nobre de todas as artes.