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terça-feira, 15 de maio de 2012

UM RECADO AOS JOVENS...

UM RECADO AOS JOVENS... (PRESBITERIANOS)

Lembrar é por demais importante. E o jovem não tem desculpas, sua mente é novinha em folha, seu raciocínio ágil, seus olhos atentos, seus ouvidos afinados, seus sentidos em dia, seu tempo vivido é pouco e por viver, muito. O sábio disse aos jovens: “Lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade.....”. (Eclesiastes 12.1)

Sim, lembra do  teu Criador antes que a idade chegue e você tenha dificuldades para poder se lembrar e considerá-Lo em seus projetos, planos, sonhos, desejos, anseios já que a maioria de tudo isso se foi.

Eu escrevo do alto de meus 57 anos de idade. A juventude (pelo menos a física) já se foi e eu fico me lembrando do quanto eu ansiava pela maioridade para poder ter um pouco mais de “liberdade” e mandar no meu próprio nariz. Hoje eu vejo que tudo não passava de enorme tolice da minha parte.

Fico pensando que se tivesse com 20 anos o conhecimento, a maturidade que tenho hoje eu teria muito mais notáveis conquistas do que as poucas que tive naquele tempo. Poderiam ter sido muito mais e muito melhores. E sabe por quê? Simplesmente porque foi depois de muitas derrotas, dores, frustrações e tristezas, que eu descobri que nenhum projeto nessa vida é pleno de êxito se eu o percorrer sem considerar Deus em primeiro e primordialmente, lugar.

Eu queria ser jogador de futebol. Mas eu queria ouvir os elogios depois das grandes partidas. Eu gostava de saber que meus amigos davam lugar no ônibus às minhas irmãs só porque elas eram “minhas irmãs”. Eu gostava de ser cumprimentado pelo diretor do clube depois de uma vitória apertada em que eu havia fechado o gol. Por certo não gostava quando me criticavam por ter tomado um gol em uma bola perfeitamente defensável. Mas eu tinha altura, era bem treinado, era bastante solicitado e quase me profissionalizei. Isso não aconteceu por várias razões que não preciso expor aqui, mas certamente eu bem que gostaria de ter tido a mesma história gloriosa que Rogério Ceni tem no São Paulo, Marcos teve no Palmeiras e Ronaldo no Corinthians. Mas eu queria tudo isso sem Deus mesmo tendo sido criado por uma mãe piedosa que me ensinou que sejam quais fossem os meus sonhos e desejos eu deveria colocar Deus em primeiro lugar. Frustrado abandonei o sonho de ser jogador de futebol.

Então comecei a cantar. Afinal de contas eu era filho de um excelente músico e meu irmão mais velho também era muito bom músico. Era tempo de Beattles, Rolling Stones, The Whoo, Bee Gees, Jovem Guarda, Tropicália, Bossa-Nova (João Gilberto, Elis Regina, Tom Jobim, etc...). Eu havia aprendido música com meu pai, às duras penas. É verdade; “casa de ferreiro espeto de pau”. Meu pai insistiu, mas ler partituras, solfejar, não eram minha praia. Meu barato mesmo era ouvir música e cantar. Mas não havia nada de Deus nisso tudo. Eu queria ser idolatrado, eu queria os aplausos, eu queria a fama. Na verdade não pensava nem em dinheiro, mulheres e patrimônio. Claro que essas coisas acenavam vez por outra, incluindo as drogas que, graças a Deus, nunca experimentei. O que eu queria era fama, luzes, aplausos, dar autógrafos, ser reconhecido. Sinceramente, você vê Deus nesse negócio? Onde é que Deus entrava nisso tudo, que lugar Ele ocupava? Lugar nenhum, essa é a resposta.

Eu era jovem. Eu frequentava a Igreja porque fui levado desde meus dois anos às Escolas Bíblicas Dominicais, aos Cultos, gostasse ou não. Até meu pai, que não era convertido me obrigava a ir e me disciplinava quando minha mãe lhe contava a respeito do meu mau comportamento na igreja. Eu vivia com um pé na Igreja e outro no mundo. Minhas lembranças sobre Deus eram fugidias e me angustiavam. Eu até que gostava dos hinos, mas a Igreja que eu frequentava era muito ruim nessa área e eu que amo música, e era criado por um excelente e virtuoso músico, me angustiava com a desafinação. Eu era um crítico de plantão. Na verdade era mesmo desculpa para não frequentar a Igreja.

Vez por outra eu tinha assim um rompante de espiritualidade, mas isso logo ia embora quando alguém me convidava para uma bolinha ou para o som. Não tenho boas lembranças daqueles dias. Não gosto de me lembrar daqueles dias. Não havia sentido, propósito, rumo, significado neles. Se eu tivesse morrido jovem e comparecesse diante do Criador pouco teria para dizer sobre minhas conquistas. Eu vivia simplesmente por viver. Era, na verdade, mais uma existência do que vida. Sim, existência e não vida, porque vida é relacionamento, comunhão com Deus e isso eu simplesmente não tinha. Eu era um sujeito, vazio, cheio de leitura, mas sem sabedoria.

Quando deixamos Deus de fora de nossas vidas queremos muitas coisas, mas na verdade isso é só uma forma de preencher o vazio existencial que nos habita e nos faz ocos. Na verdade vivemos uma convulsão de desejos e é nesse momento que muitos sucumbem ao apelo do “barato” que as drogas trazem à já empobrecida existência. Quantos dos meus amigos de infância, adolescência e juventude sucumbiram. Quantos partiram na juventude, morreram precocemente (pensando humanamente apenas). Quantos ainda estão vivos, mas são zumbis porque as drogas não apenas roubou-lhes o tempo, mas muito mais, roubou-lhes a sanidade, a dignidade, o futuro no qual eles vivem de forma totalmente alienada. Um dia encontrei um deles. Ele me reconheceu! – Maurão, você por aqui?  - Sim, sou eu, mas quem é você? – respondi. Fiquei meu sem jeito de não tê-lo reconhecido. - Eu sou “fulano de tal” (prefiro preservar sua identidade). - Ah! É você! Eu o abracei emocionado. Afinal de contas ele havia sido um dos meus melhores amigos na infância e adolescência.

Ao sair dali, meu irmão, mais novo do que eu nove anos, me disse. – Mano, fulano de tal (referindo-se àquele meu amigo) teve que lutar para se ver livre da bebida. Viu como ele está deformado? Quantos desses meus amigos se envolveram com drogas, mas eu percebo que comigo aconteceu algo diferente por várias razões e uma delas é porque no meu coração, ainda que inconstante, Deus havia semeado Sua Palavra e era sempre ela que vinha à tona.

Eu também posso me lembrar de muitos jovens que viveram comigo na Igreja nos meus tempos de juventude. Hoje olho para alguns deles e fico triste em ver suas vidas totalmentes destruídas, com famílias quebradas, com sentimentos confusos, com apego ao dinheiro, com uma gana por viver à máxima dos epicureus: "comamos e bebamos que amanhã morreremos", como se não houvesse um Deus a quem terão que dar contas inclusive com muito menos desculpas. 

Ainda bem que, apesar de tudo que eu fiz e fui, Deus não se esqueceu de mim. Agora ao escrever essas linhas, lembro-me de Isaías 49.15 onde podemos ler: “Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti”.

Meu coração se enche de alegria e gratidão porque Ele não se esqueceu de mim e me salvou. Sim me salvou?

Salvou-me de uma existência medíocre porque quando Jesus entra em nossa história passamos a ter compromisso com tudo que é excelente como excelente foi Ele em sua vida e obra, Quem conhece Jesus como Salvador e Senhor assume um compromisso intransferível de viver com excelência. Uma excelência que não espera aplausos e elogios humanos porque é uma existência para agradar aquele que o salvou.

Salvou-me de uma vida medíocre aqui porque quem vive sem Deus é deus para si mesmo e tenta por seus próprios recursos a subsistência. Quem vive assim não tem escrúpulos até em usar o nome de Deus e a própria Bíblia para construir sua “segurança”. Quem vive sem Deus pensa somente horizontalmente. Foi o que Jesus disse a Pedro: “Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”. (Mateus 16.23b)

Salvou-me da perdição eterna. Sim, minha esperança é a glória por vir. Ainda que com Ele venhamos a sofrer, com Ele também seremos glorificados. (Romanos 8.17b) Não há nem como imaginar a grandeza e a maravilha do novo céu e da nova terra que serão a moradia eterna dos eleitos de Deus dentre os quais eu me encontro ainda que sem nenhum mérito meu, mas sim pelos méritos do meu redentor.

Jovens....ouçam as palavras que eu dirijo a vocês. Eu já passei por essa parte sinuosa da estrada da vida. É preferível percorrer esse caminho com Deus, pois sem ele podemos acumular dores e tristezas, lamentos e choros e até a morte, não apenas a física, mas principalmente a espiritual e eterna.

Ouvi um sermão pregado pelo excelente Reverendo Manoel da Silveira Porto Filho. Nesse sermão ele nos contou que esteve com seu pai no leito de morte. O velho havia sido convertido já idoso. O Rev. Porto Filho disse que o pai olhou bem dentro dos seus olhos e disse: - Filho que pena que eu não comecei mais jovem. Ele queria dizer com isso, (e você que me lê já percebeu), que sua vida só começou depois de ter conhecido Jesus e passado a levar Deus a sério em sua vida.

Dizem que D. L. Moody voltava de uma conferência missionária e perguntaram a ele quantas pessoas haviam se decidido por Cristo. Ele então disse: - Duas pessoas e meia. Os que lhe fizeram a pergunta então disseram: - Ah! Entendemos. Dois adultos e uma criança. Ele então replicou. – Não, pelo contrário, duas crianças e um adulto. Sim, é fácil entender o que disse Moody. Quando conhecemos Jesus mais cedo, aí é então que passamos a lembrar de Deus em nossa existência. Quando isso acontece em nossa juventude, então temos muito mais vida e tempo em nossa existência.

Meu querido jovem, falo como pai e avô, mas também como Pastor de ovelhas.

Não deixe para muito tarde servir a Deus porque pode ser que muito tarde se torne nunca.

Hoje é tempo de você se lembrar de Deus e do seu Cristo, ajoelhar-se e render-se aos seus pés consagrando seu tempo, seus olhos, seus ouvidos, seu dinheiro, seus talentos, suas potencialidades, seus relacionamentos, seus sonhos, projetos e ideais, suas emoções Àquele que é o único que pode dar sentido a tudo isso, porque sem Deus tudo isso é absolutamente nada e sua existência redundará, sem Ele, em dor, lamento e frustração.

Lembre-se de que José por se lembrar de Deus em sua vida saiu da prisão para a honrosa condição de segundo homem no Egito. Lembre-se de Daniel e de suas lutas e desafios, mas de suas conquistas porque Deus era honrado em sua vida.

Que Deus o abençoe.

COMUNHÃO (Pensamentos centrais de nossa Exposição Bíblica de domingo, dia 13.05.2012, baseada em Atos 2.42).

O tema da IPBMC para esse anos de 2012 é: IPBMC - Uma Igreja que persevera na Doutriana, na Comunhão, no Partir do Pão e nas Orações.

O tema não é uma mera abstração intelectual, um exercício de mentalização de algumas verdades. O tema é um alvo, um objetivo que propomos seja refletido e praticado por todos os membros individualmente e coletivamente.

Precisamos melhorar nosso conhecimento de nossas doutrinas. "Quem não sabe para onde ir já está perdido antes mesmo de sair", diz um ditado popular. Outro ditado popular diz: "Para quem não sabe onde ir, qualquer caminho serve". É isso que temos visto no evangelicalismo brasileiro. As pessoas não sabem o que querem e por isso qualquer coisa que se lhe ofereçam servirá. Enganoso é o coração, preceitua a Bíblia Sagrada. Por isso, o que queremos precisa ser filtrado, pela Bíblia. Tiago diz que pedimos para esbanjar em nossos próprios prazeres.

Outros querem coisas que na verdade não devereriam querer. Prosperidade patrimonial, bens materiais, por exemplo. Não é o que o homem possui que lhe garante real e verdadeira felicidade. Entretanto, infeliz e tristemente, há muitos mercadores da Palavra que afirmam que são os canais para que os que desejam prosperidade, as recebam; desde que levem a "ofertinha", é óbvio. Então na verdade isso é um tipo de estelionato simplesmente porque prometem o que não podem prometer, o que não há embasamento teológico para prometer. Zaqueu pegou o caminho contrário. Ele tinha tudo, havia enriquecido corruptamente, e então ao conhecer Jesus, ele percebeu que esse Jesus seria o maior bem que ele poderia ter aqui mesmo e assim sendo resolveu abrir mão de metade do que tinha, restituir quatro vezes mais àqueles que ele havia defraudado. Já no caso do jovem rico foi diferente. Ele saiu triste porque o seu coração estava preso nos bem materiais e temporais.

Vivemos dias confusos. Somente a Bíblia sendo pregada, lida e refletida com fidelidade, pode abrir nossos olhos do coração de tal maneira que produza em nós aquela referência e verdadeiro temos característicos naqueles que servem a Deus e não querem se servir Dele. 

Por isso a IPBMC precisa reestudar e aprofundar no estudo das Escrituras. A IPBMC precisa conhecer e praticar a Palavra de Deus. Cada um de seus membros deve estar preocupado em fazer a vontade de Deus que está na Bíblia. 

Isso será de primordial importância para que mantenhamos a Comunhão uns com os outros. Nossa comunhão comunitária depende do quanto e do quão profunda é a nossa comunhão com Deus. Gente que abandona o convívio com a Igreja, se ausenta, se furta a frequentar a Igreja, e que vive ressaltando os defeitos dela, que vivem criticando sua teologia, sua liderança, na grande maioria dos casos, esta em conflito com o próprio Deus, não tem comunhão íntima com Deus, não se alegra em Deus. Normalmente as pessoas que estão "de mal" com a Igreja é porque estão "de mal" com Deus. 

Quando nossa relação com Deus é íntima e profunda, temos prazer em estar com os irmãos em participar das nossas expressões eclesiásticas. Temos alegria em participar de todas as atividades sejam elas quais forem. Todavia, quando estamos com nosso relacionamento fraturado com Deus, então ficamos procurando desculpas para nos ausentarmos, para não participarmos das atividades, justificando que há defeitos e equívocos aqui e acolá.

Paulo escrevendo sua carta aos efésios vai dizer, nos primeiros seis versículos do capítulo quatro, que a humildade, a mansidão, a longanimidade e o suporte em amor, são fatores que devem ser considerados como esforços para que demonstremos nossa condição de novas criaturas contribuindo para a unidade do Corpo de Cristo, que é a Igreja, seja ela em âmbito mundial ou local.

A comunhão é importante. No Salmo 133 aprendemos que na comunhão e unidade da Igreja (naquele caso a Igreja do Antigo Testamento, Israel), Deus ordena sua benção e a vida para sempre. 

Membro da IPBMC: aprofunde-se em sua comunhão com Deus. Busque ouví-Lo todos os dias em sua Palavar e falar com ele por meio da oração. A vida cristã é um constante diálogo entre o Deus Pai e aquele que em Cristo foi feito seu filho e isso acontece quando somos diligentes e zelosos na prática e uso dos meios da graça (leitura da Bíblia, oração, participação na Ceia do Senhor e comunhão constante com os irmão). Uma brasa fora do braseiro acaba por esfriar e se tornar inútil.

Que Deus nos abençoe na perseverança na Palavra e também na Comunhão com Deus e uns com os outros.

Rev. Mauro Sergio Aiello