RECINTOS DO BLOG

segunda-feira, 7 de junho de 2010

TRÊS VIRTUDES PARA A VIDA CRISTÃ (ROMANOS 1.1-17)

É óbvio que a vida cristã deve ser caracterizada por muito mais do que três virtudes. Se nos mirarmos na pessoa de Jesus nosso redentor, e nos propusermos imitá-lo e sermos, assim, identificados como verdadeiros cristãos, devemos então esboçar muitas virtudes em número que excede as três que pretendemos abordar nesse texto.

Entretanto é importante que frisemos que essas Três Virtudes Para a Vida Cristã nós a percebemos na leitura do texto de Romanos 1.1-17. Trata-se da mais longa introdução de todas as cartas do apóstolo Paulo. A Carta de Paulo aos Romanos é considerada O Evangelho Segundo o Apóstolo Paulo.

Nesta introdução em que encontramos a Saudação, a Referência à Igreja de Roma e seu enunciado extraordinária sobre o Evangelho aprendemos três virtudes com o apóstolo dos gentios. Essas virtudes são:

1. CONCEITO EQUILIBRADO E MODERADO A RESPEITO DE SI MESMO. (Rm. 12.3)

Se há algo que aprendemos com Paulo nessa introdução é que quando um homem sabe quem ele é, está apto para desenvolver e desempenhar seu papel. Para dizer de outra maneira: Quando alguém sabe quem é, está apto para cumprir sua missão.

Nesta sua saudação à Igreja de Roma, Paulo identifica-se por seu nome latino. Aliás em nenhuma das suas cartas Paulo se identifica por seu nome com que fora batizado, ou seja, Saulo. Ora, quais seriam as razões de tal postura e preferência pelo nome gentílico. Há algumas razões possíveis, pelo menos três.

a) Porque Paulo significa "pequeno" enquando Saulo tinha um significado mais opulento, ou seja, "aquele que é implorado". Escolher o primeiro em lugar do segundo demonstrava de forma inequívoca o quão humilde Deus tornara esse homem.
b) Porque o nome Paulo era o ícone da transformação que Cristo havia promovido nesse judeu fariseu que era perseguidor da Igreja e agora se tornara um dos mais perseguidos por causa do evangelho que ele tanto perseguiu e o fez de forma tão feroz (Vide Atos 8.1-3)
c) Poque Paulo era um nome gentílico e usando esse termo ele teria mais facilidade para ser inserido no mundo gentílico. Lembremo-nos de que Deus o convertera e lhe confiara a tarefa de pregar aos gentios com primazia. (Atos 9.15-16)

Além disso Paulo se considera, "servo de Jesus Cristo", "chamado apóstolo" e "separado para o evangelho de Deus".

Paulo sabia quem era e por isso estava apto a cumprir a missão que Deus lhe confiara.

A segunda virtude que aprendemos com Paulo é:

 2. CONSIDERAÇÃO E APREÇO PELA IGREJA DE CRISTO. (Rm 1.8-15; Rm 16)

Esta carta é enviada a uma Igreja que Paulo não conhecia. Diferentemente das outras cartas como aos Coríntios, Filipenses, Gálatas (região da Galácia), Tessalônica, Colossenses, Éfeso. Aqui Paulo se dirige a uma Igreja, na sua grande maioria, senão totalidade, de gentios, que ele não conhecia. Fica evidenciado pela leitura do capítulo 16 que ele conhecia, certamente, alguns de seus membros, mas não todos e nem os conhecia como comunidade.

Seu desejo era ter oportunidade de estar com eles porque no mundo tudo já se sabia que havia uma Igreja Cristã na capital do Império e que essa Igreja esboçava uma fé viva e contagiante. Mas seu desejo de estar com eles nunca se concretizou porque Deus, sabia Paulo, não o havia permitido.

Ao escrever essa carta Paulo, como faz em outras cartas, é gentil, atencioso, cordial e lisonjeiro sem ser piegas ou bajulador. Seu interesse são os irmãos em Cristo, seu desejo é estar com eles e abençoá-los com seus dons. Sua vontade é fazer em Roma aquilo que se tornara a tarefa de sua vida, ou seja, pregar o evangelho

Para Paulo a Igreja em Roma era uma legítima Igreja de Cristo e ele demonstra, por ela, apreço, e consideração.

Essa é outra virtude que o cristão deve esboçar, ou seja, consideração e apreço pela Igreja de Cristo. Deus originou duas instituições para abençoar o mundo; a Família e a Igreja. Paulo sempre as teve em alta conta. Um dia ele fora perseguidor da Igreja agora estava pronto a dar sua vida por ela.

Não é surpreendente que é possível que Paulo tenha sido martirizado nessa cidade? Não é surpreendente que existia um Igreja que ele amava sem conhecer e onde gostaria de pregar o evangelho?

Assim, pregar o evangelho, também em Roma, era o anseio do seu coração. Paulo não sabia, (Deus sim), que ele iria para Roma não como homem livre, mas como prisioneiro por causa do evangelho que pregava e do qual ele se orgulhava e no qual tinha alegria.

Na leitura desses dezessete versículos da introdução da Carta aos romanos, Paulo usa o termo evangelho por cinco vezes. Nessa leitura podemos perceber também a compreensão que Paulo tinha a respeito do evangelho de Deus, como ele se refere no primeiro versículo. Encontramos aqui, com Paulo, uma outra virtude para o cristão.

3. COMPREENSÃO E CONCEITO PLENOS SOBRE O EVANGELHO. (Rm. 1.2-4; 16-17)

Para Paulo o evangelho era:

a) Evangelho de Deus. Não se tratava de mais uma filosofia de vida produzida e criada pela imaginação humana, mas sim algo que Deus originou.
b) Evangelho preconizado pelos profetas. Deus providenciou os recursos para que esse evangelho fosse prometido em profusão através dos profetas.
c) Evangelho que tinha registro escriturístico. O evangelho que Deus criou e que prometeu por meio dos seus profetas, estava registrado nas Escrituras Sagradas.
d) Esse evangelho tinha como conteúdo a pessoa de Jesus Cristo o filho de Deus que:
      d.1.) Quanto a carne, nasceu da descendência de Davi (Encarnação do Verbo)
      d.2) Quanto a sua divindade, ressuscitou segundo o poder do Espírito de Santidade (ressurreição)
e) Evangelho poderoso para salvar:
      e.1.) Quem quer que seja. Não há coração tão duro que Deus não possa quebrar. Paulo eraum exemplo disso.
      e.2.) Porque Deus só pode salvar por meio do evangelho já que nesse evangelho Deus trata com justiça a questão do pecado. Fora do evangelho Deus não pode salvar quem quer que seja. Foi Ele mesmo quem instituiu esse meio para sanar a questão do problema e é por meio do evangelho que Deus aproxima o pecador incoverso de Si.

Três virtudes que nós os cristãos devemos esboçar, ou seja, UM CONCEITO EQUILIBRADO A RESPEITO DE NÓS MESMOS (Rom. 12.3), CONSIDERAÇÃO E APREÇO PELA IGREJA DE CRISTO e COMPREENSÃO E CONCEITO PLENOS SOBRE O EVANGELHO.

Como já dissemos no início desses nossos escritos aqui, essas virtudes não são as únicas que devem ser características nos cristãos, mas nós as vemos em Paulo nessa porção intrudutória da carta que escreve à Igreja em Roma. Seria bom que as possuíssemos e que elas nos possuíssem.

Deus nos abençoe.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

CEIA DO SENHOR

DOMINGO
06.06.2010 - 19h00 
Culto com Celebração da Ceia do Senhor.
TODOS OS QUE SE ASSENTAM EM TORNO DA MESA DO SENHOR SÃO IGUAIS.(E.BRAGG)

A Ceia do Senhor é um dos dois Sacramentos da Igreja Cristã Reformada. O outro Sacramento é o Batismo. "Sacramento é um sinal visível de uma graça invisível".



A boa Teologia Reformada entende que a Ceia e o Sacramento da Nova Aliança em substituição à Páscoa, assim como o Batismo é o legítimo substituto da Circuncisão.

Quando comemos o pão e bebemos o vinho, sob a perspectiva preconizada pelo apóstolo Paulo, devemos fazê-lo com o devido exame (anamnese), para que evitemos nos tornar motivo de escárneo e constrangimento para o Corpo de Cristo que é a Igreja.

O Catecismo Maior de Westminster preceitua como resposta à pergunta 171 (Como os que recebem o Sacramento da Ceia do Senhor devem preparar-se para esse ato?): "Os que recebem o sacramento devem preparar-se para esse ato, examinando-se a si mesmo, se estão em Cristo, a respeito dos seus pecados e necessidades da verdade e da medida do seu conhecimento, da fé, do arrependimento, do amor para com Deus e para com os irmãos; da caridade para com todos os homens, perdoando aos que lhes têm feito mal; dos seus desejos de ter Cristo e da sua nova obediência, renovando o exercício dessas graças pela meditação séria e pela oração fervorosa."

Auto-exame, oração, jejum, louvor, são atitudes mais do que bem vindas como preparo para participar desse momento de crucial importância para o cristão, falando individualmente, e para a Igreja se pensarmos em termos de comunidade.

Deixar de participar da Ceia do Senhor é um grave equívoco que passa pela falta de compreensão exata a respeito do que consiste esse momento na vida da Igreja, bem como é demonstração de total descaso com respeito à própria saúde espiritual.

Devemos, (é nosso dever) participar da Ceia e devemos fazê-lo com o necessário auto-exame. "Uma pessoa que duvida que esteja em Cristo ou de que esteja convenientemente preparada para participar da Ceia do Senhor pode ter um verdadeiro interesse em Cristo, embora não tenha ainda a certeza disso; mas aos olhos de Deus, o tem, se está devidamente tocada pelo receio da falta desse interesse e sem fingimento deseja ser achada em Cristo e apartar-se da iniquidade. Nesse caso, desde que as promessas são feitas e este sacramento é ordenado para o alívio até dos cristãos fracos e que estão em dúvida, deve lamentar a sua incredulidade e esforçar-se para ter as suas dúvidas dissipadas; assim fazendo, pode e deve ir à Ceia do Senhor para ficar mais fortalecida". (Catecismo Maior de Westminster, em resposta à pergunta 172).

Certa vez um ministro deixou sobre a mesa todos os elementos da Ceia do Senhor já que havia duas famílias na Igreja que tinha tido um sério problema de relacionamento. Afirmou esse ministro que o pão e o vinho ficariam ali, sem serem distribuidos à Igreja, até aprodrecerem, e que só ministraria a Ceia à Igreja quando o problema aludido fosse resolvido.

Pela sábia providência Divina, surgiu um fato que obrigou a Junta Diaconal a tirar dali aqueles elementos da Ceia. Creio que a atitude do referido e estimado colega de ministério foi radical. Entendo que a Ceia deve ser sempre ministrada com as devidas considerações que o apóstolo dos gentios prescreveu, pois a observância da mesma deve, dentre outras verdades, provoca o auto-exame e a devida contabilidade de nossa vida e atos, buscando saber se estamos, ou não, em condições de participar dela. E quem dela tomar, indignamente, irá receber de Deus a justa repreensão e disciplina.

Mais uma vez nos reunimos em torno da mesa do Senhor. Devemos fazê-lo com nossos corações cheios de ternura e gratidão. Se a Ceia também nos faz recordar da morte vicária de Cristo, ela também evoca em nossa memória a verdade de relevância incomparável da ressurreião de Cristo. Ele morreu em nosso lugar e ressuscitou para que possamos andar com nossos corãções cheios de esperança de que em sua volta, nós ressuscitaremos, também, e com Ele habitaremos na nova terra por Deus totalmente restaurada.

Creio, sinceramente, que é exatamente no momento em que participamos da Ceia do Senhor, com os corações verdadeiramente compungidos e movidos pelo legítimo amor que sentimos a doce verdade nas palavras de Jesus quando disse: "E eis que estou convosco, todos os dias até a consumação do século".

Até domingo, então, diante da Mesa da Comunhão.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O PANORAMA PROTESTANTE/EVANGÉLICO NO BRASIL



Estamos estudando este tema todas as quartas-feiras em nossa Escola da Bíblia e Escola da Vida.

Além disso, embasamos nossos argumentos no Breve Catecismo e no Catecismo Maior de Westminster.

Temos visto as distinções entre as Igrejas Históricas Tradicionais, Pentecostais e Neo-Pentecostais.

Você sabe como essas Igrejas se distinguem, quais sãos as fundamentais diferenças entre elas? Venha estudar conosco. Esperamos você na próxima quarta-feira.

terça-feira, 1 de junho de 2010

NADA NOS FALTARÁ!

O Salmista declara de uma forma extraordinária: “O Senhor é o meu Pastor..”.  Ele não discute se há um Deus, ou não. Em seu coração há a mais absoluta certeza de que Deus existe. Tudo na vida da gente começa assim, ou seja, começa na fé em Deus. Diz o Salmista, ainda, que esse Deus (Jeová, o Deus do Pacto, da Aliança), é seu Pastor. Em outras palavras, Davi está dizendo que é uma ovelha do pastoreio divino. Você já teve a oportunidade de observar o relacionamento de um pastor com suas ovelhas? Davi sabia muito bem como era esse relacionamento porque, antes de ser o Rei de Israel, ele havia sido pastor de ovelhas e por elas lutou e venceu um leão e um urso. Enfim...é maravilhoso saber que há um Deus e que ele é nosso pastor e nós ovelhas do seu pastoreio. (Salmo 95.7)

Davi disse que, por ser Deus nosso Pastor, nada nos faltará. Essa é uma declaração igualmente maravilhosa e que deve trazer conforto para nossas almas, ainda mais quando vivemos em dias nos quais as pessoas são mais valorizadas por aquilo que têm do que por aquilo que são. Essa declaração é maravilhosa nesses dias nos quais vivemos um materialismo exacerbado, um consumismo aprisionante. Essa declaração traz uma nova dimensão para as nossas vidas, em dias nos quais vivemos a competição de procurarmos ter mais do que o nosso vizinho, ou o nosso parente tem. Essas posturas é que fazem a alma enfermar.

1. Adoecemos muitas vezes não porque não possuímos, mas porque o outro tem. Isso é inveja e inveja é obra da carne, é pecado e pecado traz toda sorte de malefícios incluindo doenças físicas. Quando desejamos ter alguma coisa, nos esquecemos facilmente de sermos gratos por aquilo que já possuímos porque o desejo de ter aquilo outro nos cega. Assim, muitos de nós vive sorvendo na alma a amargura, a raiva contra a vida e a existência. Eu gosto muito do que diz o Salmista: “SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no SENHOR, desde agora e para sempre.” (Salmos 131)

2. Adoecemos porque nos endividamos ao comprar aquilo que é fútil e banal. Alguém já disse que o consumista é aquele que “compra o que não precisa, com o dinheiro que não tem, para agradar a quem ele conhece”. Se nossa preocupação fosse agradar a Deus certamente não gastaríamos nosso dinheiro com aquilo que não é pão (necessário) (Isaías 55.2). Por isso disse o Salmista: “Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração.” (Salmos 37:4 RA)

3. Adoecemos porque nos esquecemos de que mais vale a alma do que os bens patrimoniais e intelectuais que possamos acumular nessa vida aqui, onde, como bem disse Jesus, os ladrões escavam e roubam e a traça e a ferrugem corroem. A alma, não tem preço, mas muitos a trocam por aquilo que o mundo oferece. Disse Jesus: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mateus 16:26) Essa mensagem é pertinente para você que vive trocando seus momentos devocionais e de serviço na obra do Senhor, por seus estudos nos quais busca refúgio na intelectualidade. Essas palavras têm um endereço, ou seja, o coração de todo aquele que pensa que os bens patrimoniais podem garantir a paz. Se assim fosse os Bill Gates dessa vida seriam os homens mais felizes e isso, absolutamente, não é verdade. O grande armador grego, Onassis, um bilionário, morreu amaldiçoando a vida.

“Nada nos faltará”. Se há pão sobre a mesa é porque Deus o colocou lá. O problema é que; só o pão não serve. Mas nós sabemos que o pão já é suficiente. É porque não temos o que desejamos ter que enfermamos. Mas a saúde começa com um coração grato. Aliás disse Dorothy O’Neill: “O coração agradecido é o melhor antídoto para a depressão e o desânimo”. Bem disse Paulo: “Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4:10-13)

Reconheçamos: nada nos tem faltado! A não ser que desejamos mais do que já temos. Aí em lugar de gratidão, nasce a murmuração, em lugar de louvor, brota o amargor, em lugar da saúde, vem a doença.

Ter mais não é pecado, desde que aprendamos a estar satisfeitos com o que já temos.