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quinta-feira, 19 de maio de 2011

UM DEUS CHAMADO MODERNIDADE (Carta aos Jovens Presbiterianos)

Antes de qualquer outro pronunciamento, quero deixar aqui registrado os meus parabéns mais sinceros à UMP Brasil, pela passagem do seu 75º aniversário.

Quero dizer aos Jovens Presbiterianos desse País tão lindo e maravilhoso, que oro por vocês. Tenho quatro filhos ainda jovens, apesar de serem casados e já me terem dado netos. Sei dos desafios que vocês enfrentam e talvez o maior desses desafios seja esse deus chamado modernida, ou se quisermos ser mais corretos técnica e filosoficamente, pós-modernidade.

Admito que ser jovem hoje, é bem diferente do tempo em que eu fui jovem. Eu sou do tempo em que não existia foto-copiadora, as fotografias eram em preto e branco, não havia câmeras de filmar manuais como hoje, e não tínhamos a famosa pílula anticoncepcional. Não tínhamos secadora e nem lavadora. Tudo era levado e lavado no tanque e secado ao sol, no varal. Nem imaginávamos o que seria um celular. O telefone custava uma fortuna e ter linha era sinônimo de boa condição financeira. Computador? Internet? Shopping Center? Radar Móvel, Raio Laser, TV a Cabo, Full HD? Não existia nada disso, e muito mais, naquele tempo.

Tenho, que admitir que os tempos modernos proporcionam mais conforto, maiores possibilidades de entretenimento, maiores recursos na medicina, as distâncias se encurtaram, as estradas são melhores, as informações nos são passadas com maior rapidez e em quantidade enorme, a quantidade de Universidades aumentou, chegamos à Lua (tem gente que não acredita), decobrimos a cura para alguns tipos de cânceres, produzimos a vacina contra a poliomielite, vacina da gripe. Os avanços são notáveis!

Mas, meu querido jovem; por que será que tem sido cada vez mais difícil viver nesse mundo apesar de tantos avanços? Por que será que ouvimos falar tanto em estresse, depressão, ansiedade, suicídio, drogas? Por que será que, apesar de tanto conforto (quase todos os jovens possuem um carro), negligenciamos a pontualidade? Por que será que, apesar de tantos recursos na área da comunicação, nos comunicamos cada vez menos e quando o fazemos nossa comunicação é de péssima qualidade?

Não quero ser simplista na resposta que proponho, mas creio que o mundo de hoje, por mais moderno que seja tem cometido o displante de se alienar de Deus.

Temos celular e falamos com o mundo....mas não temos tempo para falar com Deus em oração. Temos celular mas a comunicação entre nós, seres humanos não anda lá grandes coisas. É horrível quando você está conversando algo sério com alguém e o tal celular toca. Temos celular, mas não temos mais conversas em torno da mesa.

Temos a Internet, e nela lemos e vemos milhares de coisas quase ao mesmo tempo, mas não temos tempo para ler a Bíblia e meditarmos no Santo Livro.

Temos Universidades aos montões, mas a intelectualidade anda raza demais. Somos superficiais demais.

Temos carros de todas as marcas, modelos, e nacionalidades, mas não nos visitamos, e nem somos tão pontuais como deveríamos ser em nossos compromissos principalmente naqueles com Deus em sua Igreja.

Temos vacina contra a pólio, contra a gripe, contra o sarampo, e etc...mas pessoas morrem deprimidas, outras vivem estressadas e outras são vítimas da ansiedade. Temos vacinas, mas temos antidepressivos, psicó-logos e psiquiatras demais, porque o problema maior é a alma que não reconhece e nem toca em Deus.

Temos a pílula anticoncepcional, mas ao invés de usá-la como ferramenta do planejamento familiar, muitos a usam para se enxarfudar no sexo irresponsável que muitas vezes desemboca, mesmo com o uso da pílula (ou preservartivos outros), em uma gravidez irresponsável.

Temos hoje, muito mais coisas do que existiam em meu tempo de juventude, mas não temos o sorriso simples, porque sobra a malícia e a promiscuidade, simplesmente porque temos um deus chamado modernidade.

Temos tanto, mas não somos tão felizes como éramos naqueles dias de tanta carência.

Jovem (e todos os outros também)....

aproveitemos o que a modernidade tem de bom, mas não nos esqueçamos de que de todas as coisas Deus pedirá contas. (Eclesiastes 11.9,10; 12.1-7)

Rev. Mauro Sergio Aiello