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sexta-feira, 21 de maio de 2010

IRA INCONTROLADA



Ira incontrolada é um ato falho. Nem sempre estamos errados em nossas considerações, mas é mais comum cometermos ato falho ao expô-las. O quanto eu lamento ao ver que falhei ao tentar expor minhas idéias e considerações simplesmente porque o fiz da forma errada. Veja, não é o conteúdo que se torna desprezível, mas a forma utilizada é que pode comprometer. É horrível conviver com pessoas que estão sempre armadas até os dentes. É como pisar em ovos ter que se relacionar com pessoas irascíveis. A ira repetida, e não controlada, quase sempre desemboca em atitudes pouco recomendáveis.

Jesus mostra, no Sermão do Monte, que a mansidão deve ser o antídoto eficaz para combater a ira incontrolada. Eu fiquei, então, imaginando como é que a mansidão se aloja dentro de nós de tal maneira que possamos evitar cometer atos falhos como o da ira incontrolada. Descobri, em oração e na leitura das Escrituras, que a mansidão só é possível no coração onde mora a humildade. O hóspede da mansidão é o coração verdadeiramente humilde. Pessoas orgulhosas, arrogantes, são impacientes, intolerantes e vítimas da ira, que se não for contida poderá acarretar danos sem conta.

Pedro diz com sobriedade singular: “Rogo igualmente aos jovens, sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns para com os outros, cingi-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça. Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós”. (1 Pedro 5.5-7)
A ira incontrolada é um ato falho, não apenas quando deixamos que ela nos domine e determine nossas palavras e atitudes, mas é um erro grave porque não produz a justiça de Deus, Tiago escreveu:: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus”. (Tiago 1.19,20)

Amados, não estou afirmando aqui que não devemos nos insurgir contra as injustiças. Em absoluto! Não estou advogando em prol da indiferença. Tem se tornado cada vez mais comum, entre nós, a expressão: “Para que o mal vença, basta que os bons se calem e não façam nada”. Repito: não estou dizendo que devemos cruzar nossos braços, cerrar nossos lábios diante do mal e da injustiça. O que estou procurando firmar aqui é o princípio de que devemos ser prudentes no tratamento dos conflitos que nascem por conta do estreitamento do relacionamento fraterno que temos. Estou procurando mostrar que nossa forma de agir deve passar pela compreensão do quão frágeis somos, do quão limitados somos. Um auto-conceito exageradamente positivo não só é demonstração de fé pequena, como é, também, a inequívoca manifestação do orgulho que precede sempre a queda.

Tendo feito um inventário de minha vida, das decisões que tenho tomado, conclui que tenho falhado nessa questão. E descobri que já é tempo de parar com essa desculpa de que é uma questão genética, porque quando Deus faz sua obra ele a faz completa. Também de nada adianta ficarmos dizendo que somos sinceros para poder falar o que queremos e justificar atitudes pouco cristãs.

Deus me ensina em sua palavra que mansidão e domínio próprio são componentes do fruto do Espírito Santo e que se eu quiser produzir o bom fruto que Deus espera de mim, devo também evitar a ira incontrolada. Conclui que se a ira não me pode fazer ser melhor cristão, devo contê-la.

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