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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ÁRVORES NO POMAR DO SENHOR

Como já disse em outras oportunidades, não tenho experiência com a agricultura, ou seja, nasci na urbanidade apesar de morar no meio do mato. Como gostava demais de bananas nanicas, minha única aventura nessa área foi plantar um pé no fundo do quintal da casa de meus pais, na minha infância. E deu vários cachos e também muita sujeira. Fui um enorme trabalho arrancá-la quando papai resolveu construir dois cômodos naquele lugar.

Gosto de observar pomares em minhas viagens. Uma das experiências mais agradáveis que tive foi quando participei de um projeto missionário no norte do Paraná, Siqueira Campos, e fiquei hospedado na fazendo de um dos maiores cafeicultores daquele município. Lembro-me de montar um cavalo e junto com o filho daquele irmão cafeicultor andamos por sua enorme fazenda e conheci um pomar com árvores frutíferas; tangerina, mexerica, laranjas, caquis, mangas, ameixas. Foi muito bom arrancar a fruta do pé e degusta-la ali mesmo. Jamais me esquecerei daquela experiência.

É lindo ver uma árvore no tempo em que ela transforma flores em frutos. Viajando para o município de Fernandópolis, de ônibus, quando fui cantar e pregar no aniversário de uma Igreja ali, cansei minha vista de tantos pés de laranja. Não sei onde li que se juntarmos todos os pés de laranja do estado de São Paulo teremos um território do tamanho da Suécia. Não sei se é verdade, mas confesso que era muito pé e muita laranja.

Fico imaginando o trabalho que não dá manter aquelas árvores frutíferas, livres das pestes e dos insetos que às vezes se mostram tão danosos para elas. Recordo-me que nos pés de ameixas na casa de meu vizinho era comum pintar a base do caule com cal. Nos pés de pêssegos, na casa do Diácono Daniel e sua esposa Zélia, eles os ensacavam para evitar que os pássaros comessem quando estavam amadurecendo.

Plantar árvores frutíferas até que, imagino eu, não deva ser muito difícil, mas mantê-las frutificando exige cuidados. O Salmo 1 fala de árvore que produz fruto no tempo certo e cujas folhas estão sempre verdes simplesmente porque essa árvore está plantada junto a um ribeiro de águas que é imprescindível para o plantio se esperamos colheita. Essa é uma metáfora já que o mesmo salmista identifica essa árvore como aquele homem que ama a lei de Deus e se relaciona com ela com seriedade, ao invés de ouvir o conselho dos ímpios, se deter no caminho dos que amam o pecado e se assentar com os que escarnecem, ou seja, ele evita as pragas.

Jesus afirmou que aquele ramo que não estiver nele, que é a videira verdadeira (e como há videiras falsas por aí hoje), não pode produzir frutos e que ramos assim acabam por secar (tornam-se estéreis por completo). Esse tipo de ramo só serve para fazer a fogueira queimar.

Como árvores frutíferas, no pomar do Senhor, nós devemos frutificar, porque, afinal das contas, de que vale uma árvore frutífera que não frutifica?

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